segunda-feira, 30 de março de 2009
Quando eu morri...
Minha morte foi lenta. Fui morrendo aos poucos. Fui percebendo que estava no caminho da morte quando tudo começou a mudar, as pessoas, as coisas... Meu sonho morreu. Então, quando notei que estava morta, já não sentia mais dor, porque a dor havia se dissipado nesse percurso.
Pensava que morrer doía. Não dói. Na hora não dói, não se sente nada, parece que ainda se está vivo até o momento em que você sai de seu próprio corpo e olha para si mesmo. Todos tentam te ajudar, clamando pela tua vida, enquanto o que você achava que era você, está ali, estagnado.
Morrer não dói porque só é possível sentir quando o coração vive. Morrer é abstrair-se, é deixar, abandonar os que te amam e a si mesmo.
Acordei sentindo saudades de mim. Ao sentir o calor das lágrimas que escorriam sobre minha face, percebi que, naquele instante, Deus me dava algo mágico: a dádiva da vida. Minha vida estava de volta.
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